A utilidade de um sistema de captura do movimento na prática clínica da terapia ocupacional: análise das tarefas de lançar e receber | Teresa Ferreira em coautoria.

C o m u n i c a ç ã o   L i v r e

A utilidade de um sistema de captura do movimento na prática clínica da terapia ocupacional: análise das tarefas de lançar e receber

António Marques

Diana Lima

Maria João Trigueiro

Teresa Ferreira

Introdução

A análise de movimento é um dos métodos utilizados pelos terapeutas ocupacionais no processo de avaliação, sendo usualmente realizada de forma empírica, com recurso à observação. De forma a aumentar a objetividade e detalhe da análise, surgem os sistemas de captura do movimento, que permitem analisar, em três dimensões, segmentos específicos do corpo durante o desempenho de tarefas, possibilitando a análise de atividades do dia-a-dia.

Neste sentido, pretendeu-se analisar os movimentos que ocorrem no desempenho das tarefas de lançar e receber, em crianças com nove e dez anos, com recurso ao sistema de captura do movimento BioStage® e perceber o seu contributo para a prática da terapia ocupacional.

Metodologia

Trata-se de um estudo de caso de natureza quantitativa. Foram analisadas doze crianças, com nove e dez anos.

A recolha dos dados foi realizada através do BioStage®, tendo-se analisado o desempenho de tarefas de lançar e receber propostas pelo Bruininks-Oseretsky Test of Motor Proficiency. Os dados foram analisados através de estatística descritiva, em formato de gráficos.

Resultados e discussão

Foi possível identificar padrões motores similares entre as crianças, no entanto, notou-se uma ligeira variabilidade no comportamento. As crianças mais novas, as do sexo feminino e as que não praticavam exercício físico apresentaram, por norma, uma maior variação e amplitude dos movimentos, e/ou maior instabilidade no tronco e pélvis.

Note-se que o equipamento permitiu identificar aspetos de difícil mensuração, analisando aspetos que o terapeuta ocupacional não conseguiria avaliar por observação ou através da aplicação de um instrumento padronizado.

Conclusões:

O BioStage® pode ser uma mais-valia para a prática da terapia ocupacional, podendo contribuir para uma análise mais precisa, objetiva e fundamentada das atividades.