C o m u n i c a ç ã o L i v
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O uso da Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF-CJ) em educação especial: abordagem
ambiental e valorização da participação os processos de avaliação e intervenção
Manuela Sanches-Ferreira
Mónica Silveira Maia
Pedro Lopes-dos-Santos
Sílvia Alves
Introdução
Sustentado num conjunto de princípios e
valores inclusivos e no atual entendimento da incapacidade, o Decreto-Lei n.º
3/2008 veio introduzir o uso da CIF-CJ (OMS, 2001; 2007) enquanto referencial
dos processos de avaliação e intervenção em educação especial. Distinguindo-se
das tradicionais abordagens à incapacidade, a CIF-CJ tem sido reconhecida pela enfâse concedida
aos factores ambientais e à sua influência sobre a funcionalidade humana. A
partir desta reforma política espera-se, por isso, que os processos de
avaliação passem a estar mais centrados na dinâmica interaccional
indivíduo-meio, favorecendo planos interventivos mais orientados para a
participação. Com o objectivo de indagar em que
medida o uso da CIF-CJ operou mudanças congruentes com estes
pressupostos, o estudo que nos propomos
apresentar procurou responder às seguintes questões: (1) será que as novas
orientações alargaram o leque de referências ao impacte dos factores ambientais
sobre a funcionalidade?; (2) até que ponto favoreceram a orientação das
intervenções para a Participação?.
Método
Este estudo incidiu
sobre uma análise comparativa de 280 Programas Educativos Individuais (PEIs),
elaborados para os mesmos alunos, antes e após a promulgação do referido
Decreto-Lei. Provenientes das
cinco Direções Regionais de Educação de Portugal Continental, os PEIs
analisados foram elaborados para alunos com idades compreendidas entre os 6 e
os 22 anos. Os PEIs foram examinados através de técnicas de análise de
conteúdo, permitindo-nos quantificar a incidência das narrativas sobre os
Factores Ambientais e a Participação. Socorremo-nos de indicadores descritivos
e da estatística inferencial para processamento dos dados obtidos.
Resultados
e Discussão
Os resultados revelam que os PEIs
quando desenvolvidos por referência à CIF-CJ,
contemplam um espectro mais alargado de referências ao ambiente, t(139)=12.18; p<.001, d=.95, e
integram objetivos mais centrados na participação dos alunos, t(139)=2.95; p=.004, d=.19.
Conclusões
À luz dos modelos
enquadradores das práticas dos terapeutas ocupacionais nas escolas, procuramos avançar linhas de
acção que poderão reforçar os progressos até ao momento conseguidos.
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