C o m u n i c a ç ã o L i v
r e
Resumo
Avaliação
da percepção visual em crianças: quais as novas respostas?
Ana
Isabel Ferreira
Patrícia Santos
Desempenhando funções numa sociedade
cada vez mais atenta e havida de resultados expressos
na funcionalidade, os terapeutas ocupacionais que intervêm com crianças com
disfunções de integração sensorial e / ou perturbações da aprendizagem
encontram um forte desafio quando pretendem avaliar a perceção visual e
demonstrar o seu impacto no desempenho ocupacional.
A perceção visual é definida como as operações mentais que envolvem a interpretação e
organização dos elementos físicos que compõem o estímulo, contribuindo para o
“produto final” três níveis estruturais distintos: funções sensoriais básicas,
representações percetivas e representações mentais elevadas (Hammill, 1999). Na
mesma linha Brown et al, 2008 advoga que a perceção visual desempenha um
importante papel em vários níveis de funcionamento da criança, podendo afetar
negativamente o jogo, as atividades de lazer e as atividades escolares.
Tradicionalmente a avaliação desta função
realizava-se de modo qualitativo recorrendo pontualmente a instrumentos
quantitativos. Neste contexto e no decurso das suas atividades académicas, as
autoras pesquisaram os instrumentos construídos mais recentemente neste
domínio, tendo identificado o Developmental Test of Visual Perception II (Hammill
et al 1999) como uma mais valia, devido à sua abrangência (avalia através de 8
subtestes específicos o desenvolvimento geral da perceção visual, o
desenvolvimento da integração visuo – motora e o desenvolvimento da perceção
visual com reduzido impacto motor). Uma vez que este instrumento ainda não se
encontra validado para a população portuguesa, procedeu-se à aplicação
experimental a dois grupos de crianças de cinco anos de idade: 20 crianças com
desenvolvimento típico e 10 crianças com alterações de desenvolvimento.
Posteriormente procedeu-se à análise dos resultados, recorrendo a estatística
descritiva e a estatística não paramétrica. Os resultados obtidos indicam a
forte capacidade discriminativa deste instrumento e reforçam a necessidade da
sua validação para a população portuguesa, pois a sua utilização na abordagem
da terapia ocupacional poderá contribuir para a demonstração da eficácia da intervenção.
Palavras
– Chave: Desenvolvimento
da perceção visual, avaliação, Developmental Test of Visual Perception II
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